A história completa da Medalha Milagrosa de Paris

“Todas as pessoas que usarem a Medalha receberão grandes graças, trazendo-a ao pescoço”.

Estas foram as palavras de Nossa Senhora numa aparição a Santa Catarina Labouré, em 27 de novembro de 1830. E, a partir daí, milhões de pessoas no mundo inteiro passaram a receber graças através da Medalha Milagrosa.

Por muitos anos ninguém soube como surgiu a Medalha Milagrosa.

Apenas em 1876 tornou-se público que uma humilde religiosa, falecida naquele ano, é que recebera da Mãe de Deus a revelação dessa Medalha.

Na pequena aldeia de Fain-les-Moutiers, na Borgonha, Catarina nasceu a 2 de maio de 1806, a nona dos onze filhos de Pedro e Luísa Labouré, honestos e religiosos agricultores. Quando tinha apenas nove anos, Catarina perdeu a mãe.

Após o funeral, a menina subiu numa cadeira em seu quarto, tirou uma imagem de Nossa Senhora da parede, orou e pediu-lhe que Ela se dignasse substituir sua mãe falecida.

Três anos depois, sua irmã mais velha entrou para o convento das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo.

Couberam a Catarina, então com 12 anos, e à sua irmã Tonete, com 10, todas as responsabilidades domésticas.

Foi nessa época que ela recebeu a Primeira Comunhão.

A partir de então a menina passou a levantar-se todos os dias às quatro horas da manhã, para assistir à Missa e rezar na igreja da aldeia.

Apesar dos inúmeros afazeres, não descuidava sua vida de piedade, encontrando sempre tempo para meditação, orações e estudos.

São Vicente de Paulo indica-lhe sua vocação

O tempo foi passando, e Catarina crescendo em graça e santidade. Certo dia ela sonhou que estava na igreja e viu um sacerdote já ancião celebrando a Missa.

Quando esta terminou, o sacerdote fez-lhe um sinal com o dedo, chamando-a para perto de si. Porém, tímida, Catarina retirou-se do recinto sagrado e foi visitar um doente. O mesmo sacerdote apareceu-lhe, e disse:
“Minha filha, é uma boa obra cuidar dos enfermos; você agora foge de mim, mas um dia será feliz de me encontrar. Deus tem desígnios sobre você, não se esqueça”.
Catarina acordou sem entender o significado do sonho.

Mais tarde, visitando o convento das Irmãs da Caridade de Chatillon, onde estava sua irmã, viu na parede um quadro representando o mesmo ancião.

Perguntou quem era, e responderam-lhe que se tratava de São Vicente de Paulo, fundador da Congregação. Catarina entendeu então que sua vocação era a de ser uma das filhas do Santo da caridade.

Mas seu pai não queria ouvir falar disso. Já bastava ter dado uma filha a Deus, e ele tinha muito apego a Catarina.

Para distraí-la dessa ideia, mandou-a a Paris, para ajudar seu irmão que tinha lá uma pensão.

Foi uma provação para a santa ver-se em meio aos rudes fregueses do estabelecimento, o que a fez redobrar as orações para manter sua pureza de coração e o fervor de espírito.

Uma cunhada a convidou a ir para sua casa, em Chatillon, onde mantinha uma escola para moças.
Ali Catarina podia ir freqüentemente ao mosteiro das Irmãs da Caridade, que ficava perto.

E foi nessa casa religiosa que ela entrou a 22 de janeiro de 1830, quando seu pai deu-lhe finalmente a devida permissão. Catarina tinha então 24 anos de idade.

Preparação para importantes revelações

Depois de passar pelo postulantado em Chatillon, Catarina foi mandada para o noviciado na Casa-mãe das vicentinas, na Rue du Bac, em Paris.

Nesses dias, a comunidade rezava uma solene novena preparatória para a trasladação das relíquias de São Vicente de Paulo. Catarina teve várias visões do Santo, e sobretudo do seu coração, que ficara incorrupto.

Mas era agraciada com outras visões especiais. Conforme narra ela mesma, uma delas era a de ver Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento:

“Eu O vi durante todo o tempo do meu noviciado, exceto todas as vezes que eu duvidava; nesses dias eu nada via, porque procurava aprofundar-me em indagações sobre este mistério, e temia enganar-me”.
No domingo da Santíssima Trindade:

“Nosso Senhor me apareceu no Santíssimo Sacramento durante a Missa cantada, como um rei, tendo uma cruz ao peito.

No momento do Evangelho, pareceu-me que a cruz caía aos pés de Nosso Senhor e que Ele estava sem as insígnias reais; todas tinham caído por terra.

Tive então os mais negros e tristes pensamentos:

Pensei que o Rei da Terra estava perdido e ia ser despojado da realeza; e depois disso pensei, sem saber explicar, na extensão dos grandes males que viriam”.

Com efeito, poucas semanas depois, Carlos X foi destituído do trono e banido do reino. Essas graças eram uma preparação para as grandes aparições da Mãe de Deus.

Primeira visão da Santíssima Virgem

Na véspera da festa de São Vicente, ainda em 1830, a Mestra de Noviças tinha feito uma preleção sobre a devoção aos santos, e especialmente a Nossa Senhora.

Isso inflamou na Irmã Catarina o desejo de ver a Mãe de Deus.

Quando tudo no convento estava tranqüilo e todos dormiam, às onze e meia da noite, a Irmã Catarina ouviu uma voz de criança que a chamava.

Abriu o cortinado do leito e viu um menino de uns cinco anos de idade, que lhe disse:

“Venha à capela. A Santíssima Virgem a espera”.

Catarina vestiu-se rapidamente e seguiu a criança até a capela, que estava iluminada como para a Missa de Natal.

O menino, que era o Anjo da Guarda de Catarina, conduziu-a ao presbitério, para junto da cadeira do Padre Diretor.

Aí ela ajoelhou-se. Depois de um tempo que lhe pareceu longo, sentiu o movimento de um vestido de seda e viu a Santíssima Virgem sentar-se na cadeira. Conta-nos Catarina:

“Ela me disse como eu devia proceder para com meu diretor, como devia proceder nas horas de sofrimento e muitas outras coisas que não posso revelar”.
Essas coisas que ela não podia contar em 1830, revelou-as depois:
“Várias desgraças vão cair sobre a França; o trono será derrubado; o mundo inteiro será revolto por desgraças de toda sorte”.
Falou também de “grandes abusos” e “grande relaxamento” nas comunidades de sacerdotes e freiras vicentinas, e que deveria alertar disso os superiores.

Voltou, em seguida, a falar de outros terríveis acontecimentos que ocorreriam em futuro mais distante;

Prevendo com 40 anos de antecedência as agitações da Comuna de Paris e o assassinato do Arcebispo;

Prometeu sua especial proteção, nessas horas trágicas, aos filhos e às filhas de São Vicente de Paulo.

Revelação extraordinária da Medalha Milagrosa

No dia 27 de novembro de 1830, Catarina havia acabado de fazer a leitura da meditação, na capela, quando sentiu o característico movimento de um vestido de seda.

Olhou para o lado e viu Nossa Senhora vestida de branco, sobre uma meia-esfera. Tinha nas mãos uma bola que representava o globo terrestre, e olhava para o Céu.
“De repente — narra Catarina — percebi anéis nos seus dedos, engastados de pedras brilhantes, umas maiores e mais belas do que as outras, das quais saíam raios que eram, também, uns mais belos que os outros”.
Nossa Senhora explicou-lhe que tais raios simbolizavam as graças que derramava sobre as pessoas que as pediam. Continua Catarina:
“Formou-se um quadro em torno da Santíssima Virgem, de forma oval, no alto do qual estavam escritas, com letras de ouro, estas palavras:
Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!”
Ao mesmo tempo, uma voz disse-lhe para mandar cunhar uma medalha conforme aquele modelo, com a promessa de que as pessoas que a trouxessem ao pescoço receberiam muitas graças;

“Principalmente as que a trouxessem com inteira confiança”. Instantes depois o quadro girou sobre si mesmo, e Catarina viu o reverso da medalha.

Difusão da Medalha e graças operadas

Catarina perguntou a Nossa Senhora a quem recorrer para confecção da medalha.

A Mãe de Deus respondeu-lhe que deveria procurar seu confessor, o Pe. João Aria Aladel: “Ele é meu servidor”.

No início, o Pe. Aladel não acreditou no que Catarina dizia; mas, após dois anos de insistência, ele procurou o Arcebispo, que ordenou em 20 de junho de 1832 que fossem cunhadas duas mil medalhas.

O modo como se difundiram as medalhas foi tão prodigioso, juntamente com grande número de graças operadas, que a medalha passou a ser conhecida como Medalha Milagrosa.

Por exemplo, em março de 1832, quando iam ser confeccionadas as primeiras medalhas, uma terrível epidemia de cólera, proveniente da Europa oriental, atingiu Paris.

Mais de 18 mil pessoas morreram em poucas semanas. Num único dia, chegou a haver 861 mortes.

No fim de junho, as primeiras medalhas ficaram prontas e começaram a ser distribuídas entre os flagelados.

Na mesma hora refluiu a peste, e tiveram início, em série, os prodígios que em poucos anos tornariam a Medalha Milagrosa mundialmente célebre.

A missão de Catarina Labouré estava cumprida

Os 46 anos que lhe restaram de vida, ela os passou como uma humilde irmã, da qual praticamente nada havia para falar.

Só quando se aproximou sua morte, em 1876, sua superiora soube que fora ela a privilegiada Irmã que recebera aquela sublime missão.

Ela foi beatificada pelo Papa Pio XI em 1933 e canonizada no dia 27 de julho de 1947 pelo Papa Pio XII.

Cinqüenta e seis anos após sua morte, o corpo de Catarina foi encontrado inteiramente incorrupto, e é como se encontra ainda hoje na capela das Irmãs da Caridade, na Rue du Bac, em Paris (foto abaixo).

O significado da medalha milagrosa

A face principal da Medalha

A Santíssima Virgem de pé sobre o globo terrestre: isso significa que Ela, além de ser Nossa Mãe do Céu, é também a Rainha da Terra e de todo o Universo.

Ela esmaga sob seus pés uma serpente que representa o demônio, que tenta continuamente os homens com o intuito de levá-los para o inferno.

Nossa Senhora tem um poder incomparavelmente maior que o do demônio. Ela protege todos os filhos que lhe pedem com confiança.

De seus dedos saem raios de luz. Estes raios representam as graças que a Santíssima Virgem concede aos que se devotam a Ela.

Perguntada por Santa Catarina por que de alguns dedos não saíam raios, Ela respondeu que desejava conceder mais graças, porém os homens não lhe pediam.

A data de 1830 marca o ano das aparições de Nossa Senhora nas quais Ela revelou a Medalha a Santa Catarina Labouré. Foi no final da tarde do dia 27 de novembro.

Em volta da Medalha lê-se a frase: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”. Nossa Senhora mandou colocar na Medalha esta curta oração para que ela fosse repetida com frequência.

O verso da Medalha

O grande “M” tendo sobre si uma cruz, é a inicial do nome de Maria. A cruz é a Cruz de Jesus, que morreu por nós. Aos pés da Cruz encontra-se Maria que sofre e nos anima em união completa com Jesus.

Em volta da Medalha estão desenhadas doze estrelas: é a coroa da Santíssima Virgem. Como Rainha do Céu e da Terra, Nossa Senhora tem uma coroa de doze estrelas que representam seu poder sobre toda a Criação. Tudo o que Ela pede a Deus, Ela obtém.

Lado a lado, estão o Coração de Jesus e o Coração de Maria. Duas pequenas chamas indicam que eles queimam de amor por nós. À esquerda, o Coração de Jesus está envolto por uma coroa de espinhos e tem uma chaga aberta que sangra. São nossos pecados e nossas más ações que O fazem sofrer: para redimir nossos pecados, Ele foi coroado de espinhos. Ele morreu na Cruz e seu Coração foi transpassado por uma lança.

À direita, o Coração de Maria está atravessado por uma espada que representa toda a dor que Ela sentiu durante a Paixão de Seu Filho por nós. Ela ofereceu esses sofrimentos em união aos de Jesus para que nós nos salvemos e possamos ir ao Céu.

Oração a Nossa Senhora das Graças

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (momento de silêncio e de pedir a graça desejada).

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos.

“As graças serão abundantes para as pessoas que a usarem com confiança”.

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Fontes de pesquisa: wikipedia / paris.fr / chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com / pt.aleteia.org

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Meu nome é Rogerio Moreira, além de jornalista, sou publicitário e estudei em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história, acredito que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. Nesse blog, busco reunir e compartilhar curiosidades e histórias incomuns sobre Paris e a cultura francesa. Dessa forma pretendo mostrar o lado quase que desconhecido da cidade, fora dos roteiros turísticos tradicionais. Vamos comigo nessa viagem?

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