Você conhece a história das famosas janelas falsas de Paris?

Por Rogerio Moreira

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A capital da França, assim como todas as grandes cidades ao redor do mundo possui suas curiosidades e peculiaridades. Além da Torre Eiffel, Museu do Louvre, Catedral de Notre Dame e uma infinidade de atrações, Paris mantém uma história bem interessante que nos remete ao ano de 1798.

Neste ano, já no final da revolução Francesa, foi promulgada na França uma lei que vinculava o número de janelas de um imóvel ao imposto a ser pago por cada família (uma espécie de IPTU). Iniciou-se aí, uma corrida para tapar as janelas que por questão de estética, foram substituídas por pinturas realistas pintadas à mão. Afinal a população mais pobre não tinha condições de arcar com as altas taxas cobradas.

O edifício da foto acima fica perto do Centro Pompidou, na esquina das ruas Quincampoix e Aubry le Boucher.

As famílias com melhores condições mantiveram apenas algumas janelas essenciais, já as mais pobres, muitas vezes tapavam todas as janelas da casa.

Ainda hoje, em alguns bairros mais antigos, em Paris e em outras cidades da França é possível ver cães, gatos e até pessoas olhando pela janela, já que as pinturas são bem realistas e se você não prestar atenção pensará que são reais.

Em consequência desta lei, milhares de apartamentos se tornaram ambientes inadequados para se viver, sem circulação de ar e totalmente insalubres. Para se ter uma ideia, alguns imóveis possuíam somente uma porta e nenhuma janela.

A medida se tornou um problema de saúde pública e inclusive foi citada no livro de Victor HugoOs Miseráveis” através de um dos personagens, o Bispo Myriel: “…as habitações dos camponeses possuem somente uma abertura: a porta. Isto por causa desta medida que se chama Imposto das Portas e Janelas. Coloquem famílias pobres, mulheres idosas, crianças, nestas habitações e teremos febres e doenças. Deus dá o ar aos homens, a lei os vende”.

Este imposto vigorou por 128 anos, sendo extinto apenas em 1926.

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Meu nome é Rogerio Moreira, além de jornalista, sou publicitário e estudei em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história, acredito que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. Nesse blog, busco reunir e compartilhar curiosidades e histórias incomuns sobre Paris e a cultura francesa. Dessa forma pretendo mostrar o lado quase que desconhecido da cidade, fora dos roteiros turísticos tradicionais. Vamos comigo nessa viagem?

2 Comments

  1. Avatar Sonia disse:

    Adoro histórias! Mesmo as inventadas são incríveis.

  2. Avatar Tom Pavesi disse:

    A única coisa boa que restou dessa lei maluca foram as pinturas realistas dos tatatataravós dos atuais grafiteiros que viraram moda e famosos pela pintura urbana (“Street Art”). Boa Rogerio, muito legal esse artigo. Abraços!

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