O que aconteceu com as pedras da Bastilha?

A queda da Bastilha é um dos eventos mais significativos da história da França. Nas aulas de história, aprendemos que em 14 de julho de 1789, centenas de parisienses correram para a simbólica prisão do antigo regime absolutista real, executando os guardas em seu caminho e libertando os prisioneiros. Sabemos também que a grande fortaleza construída no século XIV foi destruída após este evento.

O acontecimento foi grandiosamente comemorado exatamente um ano depois (em 14 de Julho de 1790) na pomposa festa que ficou conhecida como a Fête de la Fédération (A Festa da Federação). A partir de 1880 a festa tornou-se feriado nacional, é a Festa nacional francesa também conhecida como o 14 Juillet.

O que pouca gente sabe é que uma pessoa se beneficiou deste acontecimento para lucrar: Pierre-François Palloy (foto acima) .
Este empreiteiro, especialista em obras públicas, foi contratado para coordenar a demolição oficial do edifício logo após a tomada da Bastilha. Os trabalhos começaram imediatamente com a ajuda de mais de 1.000 trabalhadores.

Hoje, neste mesmo local encontra-se a Place de la Bastille. (Foto abaixo)

Place de la Bastille vista do topo da Ópera de la Bastille.

Apesar de Palloy não ter recebido o pagamento oficial pelo trabalho, ele soube como lucrar com a posse de uma estrutura tão icônica como a Bastilha.

Ele organizou passeios guiados (pagos) para mostrar aos cidadãos como eram os porões da prisão, com esqueletos de prisioneiros usados como adereços. Pallot, auto intitulou-se “O Patriota” e evidenciou o simbolismo da Bastilha, escrevendo discursos, pintando quadros, e até organizando festas de celebração e paças teatrais retratando o dia da queda.

Palloy aproveitou ainda as pedras do edifício: os blocos maiores foram utilizados para completar a construção da Pont de la Concorde (foto acima). Já os blocos menores foram esculpidos e transformados em miniaturas da fortaleza da Bastilha (foto abaixo). Essas “miniaturas” de 40cm de altura, 60cm de largura e 1m de comprimento, serviram como presentes para autoridades ou eram vendidos como souvenirs para personalidades da alta sociedade.

Esses objetos rapidamente se tornaram objetos de desejo de muitos e também ícones da recuperação da liberdade na França. Não se tem registro de quantas peças foram produzidas mas alguns desses modelos existem até hoje. Inclusive um deles está exposto no Musée Carnavalet .

Ilustração mostra local aproximado onde ficava a fortaleza, onde hoje temos a Place de la Bastille.

O próprio Palloy enviou na época, exemplos dessas miniaturas para cada um dos 83 departamentos (hoje são 101) cobrando “somente” os custos de envio das “lembranças” (para dessa forma, arrecadar mais dividendos).

Fontes pesquisadas: Wikipedia / Musée Carnavalet / Paris.fr / ParisZigZag.fr – Fotos: Wikipedia / Google Search – Foto principal deste artigo: Prise de la Bastille por Jean-Pierre Houël (1735-1813).

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Meu nome é Rogerio Moreira, além de jornalista, sou publicitário e estudei em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história, acredito que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. Nesse blog, busco reunir e compartilhar curiosidades e histórias incomuns sobre Paris e a cultura francesa. Dessa forma pretendo mostrar o lado quase que desconhecido da cidade, fora dos roteiros turísticos tradicionais. Vamos comigo nessa viagem?

1 Comment

  1. Avatar José Walter Maciel Lopes disse:

    Eis aí uma história que a maioria da juventude não a conhece e que é da maior importância. Nos fatos que envolveram o desencadeamento da Rev. Francesa tem muita coicidência com o que vem acontecendo no Brasil, ainda que aqui se digam defensores da Democracia.

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